terça-feira, 22 de abril de 2014

Fuçando papéis velhos, sempre se acha algo "novo"...

   
 Recentemente me mudei de cidade... nesse processo tive que praticar o "desapego", deixar muita coisa pra trás e me desfazer de tantas outras. "Né fácil não", mas necessário e com um "sopro de nova vida" acalentando o coração.
Bem, nessa arrumação e desarrumação toda, achei um monte de bobagens que escrevia... de algumas ri muito, ri da ingenuidade, da imaturidade, da falta de jeito! Com outras chorei (não muito!), ao lembrar de momentos que já tinham ficado pra trás! Outras não valiam mesmo a pena... foram pro lixo. Aí me lembrei de Adélia (a Prado!), em certa entrevista, falando algo que vou agora parafraseando (e interpretando) por não me lembrar exatamente as palavras, mas sim o que ficou no coração: algumas vezes não é bom ficarmos burilando demais as palavras, pois isso acaba não transmitindo o sentimento que está lá dentro se contorcendo para vir para fora, assim espontâneamente mesmo, ainda que pareça  (ou de fato seja) de pouca qualidade literária. É o sentimento...
Bem, me apegando a essa desculpa, reproduzo um "poema", novo pra mim por não ter tido mais lembrança alguma dele, e de qualidade literária talvez duvidosa, mas com um sentimento intenso de inconformismo e busca, que me reportaram a um tempo interessante... naquele momento o sentimento veio, enfim, pra fora deixando a alma mais serena.
Aí vai (e sem qualquer "burilamento"! rsrs)

Querendo ser quem não sou
Meto os pés pelas mãos
Piso pegadas alheias
Dou passos que não são meus
Caminho errante...

Querendo ser quem não sou
Perco batalhas vencendo-as
Defendo convicções que não tenho
E com tanto ardor!

Falo
        Penso
                   Sou
                          Canto
                                    Persigo        quem sou...
Quem sou?
Diga-me "Eu sou"!


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