terça-feira, 17 de maio de 2016

Uma casinha em Pequeri

ou

Os desdobramentos da morte da Rosa...


ou, pra ficar mais imponente:

A herança

coautoria: Maria Ignêz Matta Camargo


Ontem publiquei um texto contando a história das Rosas!
Por causa do tal texto sobre qual Rosa teria morrido, veio uma enxurrada de comentários que me fizeram rir mais do que da história em si. Aconteceu até de minha mãe, de novo, confundir nomes e pessoas, só que dessa vez foram Virgínias e não Rosas! (vide post no Facebook)
Solucionando o mistério, minha tia Ignêz me esclareceu que foi a Rosa prima quem morreu. Pra não estragar a "graça" do texto da Rosa, digo que continuo sem saber se a Rosa, a babá, continua viva ou também já se foi dessa pra melhor, junto com a Rosa... a prima!
Bem, mas o que quero contar é que a Rosa, a prima, conforme minha bem informada tia Ignêz, deixou de herança para a família, uma (muito) pequena casinha em Pequeri, uma cidadezinha da Zona da Mata mineira, de onde vem a família da minha avó Maria, que na verdade era Antonieta!
Bem, imagine o movimento frenético do mercado imobiliário nessa pequenina cidade de pouco mais de 3.000 habitantes. Essa casinha deveria estar valendo uma "fortuna"! E a divisão da mesma entre os familiares não seria assim tão simples, dado o valor (e tamanho) do pequenino imóvel e o desproporcional tamanho da família herdeira (não caberia nem um décimo da família, provavelmente, caso alguém desse a ideia de preservar a casinha para o encontro anual da família).
O herdeiro direto da casinha seria, no caso, o tio Murilo (cujo nome de batismo é Francisco!), o único irmão vivo dos dezesseis que nasceram da união do meu saudoso e orelhudo (bisa)vô Táta (batizado Batista) com a minha (bisa)vó Iaiá (que se chamava mesmo era Maria).
(Acho que acabo de descobrir que não sou só eu que não sou conhecida pelo meu nome de batismo... é de família!!! Que mania é essa, gente???). 
Descobriu-se, porém, que os filhos dos outros irmãos do tio Antônio, o irmão da minha vó e do tio Murilo (que, como já disse, é na verdade Francisco), o mesmo tio Antônio que é pai da Rosa, a que morreu... bem, os filhos desses outros irmãos também teriam direito à casinha da prima Rosa.
Comecei a fazer as contas... só a minha vó teve sete filhos! Como uma tia minha já faleceu (tia mesmo, irmã da minha mãe, a Sussu, que na verdade se chamava Maria Consuelo!!!), a parte dela seria dividida ainda pelas 3 filhas, minhas primas. Um outro tio avô, o tio Nísio, também tem 6 ou 7 filhos e assim por diante...
Pois é! Acompanharam o raciocínio? A conta é simples: multiplique algo disso aí por 16... 
A casa não cabia nem a Rosa direito gente!!!
E por conta da Rosa, que Deus a tenha, estou dando muita risada desde ontem!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

A Rosa morreu??!!

Que Rosa???

Cheguei em casa pro almoço e a Carol, minha irmã mais nova, já estava lá. Iam todos almoçar lá em casa naquele dia! Coisa boa a casa cheia!!!
Assim que cheguei ela disse:
- Tia Ignêz ligou e pediu pra dizer que a Rosa morreu. 
Assim, na lata... nem falou nada da Rosa ter subido no telhado ou coisa parecida. Eu, chocada, exclamei: 
- Sério???!!! A Rosa morreu??? Mas de quê, gente? Tadinha!!! Carol, mas... que Rosa?
Carol, me olhando surpresa, disse:
- Oi??? Eu sei lá que Rosa! Ela só mandou te falar que a Rosa morreu.
E eu, tentando explicar, comecei a ladainha, falando de tempos remotos... tinha a Rosa, a prima, meio doidinha, filha do tio Antônio, irmão da minha vó, e que naquela altura já estaria quase idosa. Acho que eram de Matias Barbosa, perto de Juiz de Fora. Uma vez a Rosa... e comecei a me perder no caminho.
Aí fui explicar sobre a outra Rosa, também de Matias Barbosa, que tinha sido minha babá e de quem eu gostava muito. Ela era engraçada! Uma vez a Rosa ficou torta (pausa pra gargalhada da Tati, minha irmã) e... fui me perdendo de novo!
Finalmente chegam mamãe e Murilo e sentamos todos à mesa pra almoçar. Mamãe, Murilo, Carol, Eu, Zilbinho, Lis, Júlia e Soninha, que foi meu braço direito e esquerdo por 11 anos!
Bom esclarecer que naqueles dias Carol, que é bailarina, estava ensaiando com uma coreógrafa a quem chamava de Rosinha.
Quando sentamos à mesa, perguntei pra minha mãe:
- Mãe, cê tá sabendo que a Rosa morreu?
E uma reação inesperadamente explosiva se esboçou:
- A Rosinha morreu??? Meu Deus!!! De quê, Carol???? O que aconteceu???? Gente, que coisa horrível!!!
Eu desentendida pergunto:
- Quem é Rosinha? Não era Rosa?
Aí Carol diz:
- Como que eu vou saber, mãe? Eu nem conheço! Que Rosa é essa????
- Uai? Não é a Rosinha, que está ensaiando vocês?
- Que Rosinha morreu o quê, mãe!!! Tá doida??? É outra Rosa! - respondeu a Carol.
- Que Rosa? - perguntou minha mãe de volta.
- Sei lá, mãe. A Rosinha é que não foi!
Eu disse:
- Mãe, quem morreu foi outra Rosa!
- Que Rosa?
- É isso que eu tô querendo saber! Achei que você soubesse.
- Não tô sabendo de nada! A Rosa morreu então?
- Morreu.
- Gente, tadinha!!!! Mas... que Rosa?
- Mããããe, "prestenção"!!! A tia Ignêz ligou e mandou avisar que a Rosa morreu!
- Sim, já entendi. A Rosa morreu. Mas que Rosa? 
- É isso que eu tô querendo saber, mãe. Tia Ignêz só falou que a Rosa morreu!
- Mas que Rosa????
- Então você não sabe qual foi a Rosa que morreu?
- Não! Que Rosa? A Rosa do tio Antônio??? Coitada, ela era meio doidinha, né?
- Pois é... mas e a outra Rosa? - insiti.
- Que outra Rosa? Que Rosa é essa gente????
- A Rosa, que foi nossa babá!
- A Rosa morreu??? De quê??? Tadinha!!! E a filha dela?
- Não sei de nada, mãe. Tô querendo saber!
E minha mãe continua divagando:
- A Rosa bebia muito!
- Que Rosa? - pergunto eu
- A Rosa babá!
- Não era o tio Antônio que bebia muito?
- É né?? Acho que tô confundindo...
- Ou não... Acho que ela bebia muito mesmo, me lembro vagamente dessa conversa...,mas mãe, você acha que foi essa Rosa que morreu?
- Que Rosa?
- A BABÁ mãe!
Dei uma olhada em volta e não me contive!
A Soninha, sempre tão discreta e contida, estava engasgando com a comida de tanto que ela ria. A Lis olhava pra mim e de mim pra minha mãe com a cara mais desentendida desse mundo, também dando risada. A Júlia já pronta pra dar um ultimato pra gente resolver "que Rosa" e o Zilbinho e o Murilo só balançavam a cabeça e sorriam. Aí quem deu crise de riso fui eu!
Minha mãe, num gritinho típico, diz:
- Iiiiiihhhhhh, num tô entendendo mais nada!!!
Carol dá a deixa pra encurtar a conversa:
- Gente, que conversa de doido!!! Que Rosa é essa pelo amor de Deus???????!!!!
Todo mundo disparou a rir e até hoje não sei se lamento a morte da Rosa prima ou da Rosa babá!

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(e continuo dando risada!!! kkkkkkkkkkkk)

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Claro que a história se espalhou para as outras irmãs, que adoram esse tipo de "trapalhada". Isso já faz alguns anos.
Aí, "dia desses", minha irmã, a Pati, começa a mandar áudios para o grupo da família pelo whatsapp. Mas os aúdios eram só as gargalhadas dela!
Eu estava de férias na casa da minha mãe. Escrevemos de volta perguntando o motivo de tanta risada. Ela só conseguiu gravar outro áudio assim: -"Que Rosa????"
Rimos tudo de novo!