quarta-feira, 22 de abril de 2015

Que mico!

     Estou magoada com a humanindade!!! (ai que drama!!!)
     Sim, resolvi sair vestida de mulherzinha!!! Apesar de não fazer muito o meu estilo "básico" de ser, de vez em quando dá umas loucas e eu me arrumo mais um pouquinho, só pra me sentir assim... arrumadinha!
     Foi tudo em função de uma tal de "fasciíte plantar", à qual fui apresentada abruptamente quando, numa manhã de domingo, acordei sem conseguir colocar o pé no chão. Sim, pensei que eram os "quase cinquenta" gritando: ♩♩♩ "Ô abram alas que eu quero passar"! Mas não! Era a visita da ilustre senhora fasciíte, que dá desde em corredores profissionais de plantão ao sobrinho do vizinho da tia da minha amiga! Lembro-me que na hora da dor meu consolo foi lembrar do meu velho pai dizendo: "fica felizinha com a dor, minha filha, pois depois dos quarenta, se você acorda sem dor, pode ter certeza de que já morreu!" (na verdade acho que é depois do cinquenta, mas a gente tem que contextualizar, né?!)
     Voltando da digressão e me perdendo em outras mais, estava me arrumando pra ir ao médico examinar uma outra dor que apareceu no braço (ai,ai,ai) e não podia usar meus sapatinhos baixos por causa da tal "íte", só o tênis. Foi quando resolvi, então, que um saltinho iria bem. Nada exagerado, porque nem tenho, mas um sapatinho confortável (sqn) com um salto discreto, já que não me entendo bem com os saltos! (E ainda não entendi o que me levou a pensar que sapatinho baixo não podia, mas salto sim!). E assim, em função do sapato escolhi a roupa... calça jeans mais arrumada, camisa pra dentro da calça, cinto, bolsa e... MAQUIAGEM!!! Esse foi o clímax!!! Saí maquiada para ir ao médico!!! Eu tinha que arrumar um motivo pra usar as lindas (sim, eu acho bonito, só não levo muito jeito pra coisa!) maquiagens que pedi pra minha filha trazer de uma viagem que ela havia feito recentemente. Por que pedi maquiagem? Ora... essa pergunta eu respondo depois...
     É... eu estava mesmo inspirada esse dia, mas não abri mão do ônibus! (E esse foi outro equívoco!)
Depois de dois ônibus, uma espera de uma hora no consultório, uma consulta de 10 minutos e alguns já árduos passos com o sapatinho de salto em direção ao ponto, peguei o primeiro ônibus que me levaria até a esquina da "badalada" e central Rua Espírito Santo (de Belo Horizonte. Melhor ser específica, já que Rua Espírito Santo tem em tudo quanto é cidade!) pra que eu pegasse o segundo ônibus rumo à Cidade Nova, meu bairro.
(Cá pra nós, quem em sã consciência pega ônibus lotado, na hora do "rush", de salto, com fasciíte plantar e inflamação no braço? Aff!).
     Tentando manter a pose de mulherzinha charmosa, já concentrada em cada passo doído, parei numa banca de jornal pra comprar uma pipoca (Em BH você consegue comprar pipoca na banca de jornal!!! kkkkkk), daquelas do saquinho vermelho que eu adoro! Vinha eu andando cheia de charme pela calçada, comendo minha pipoquinha (e que charme! 😏), disfarçando bem o desconforto nos pés, quase chegando no ponto de ônibus que estava lotado devido à hora, que era a de voltar do trabalho pra casa, quando de repente tropecei e... me "estabaquei" no chão! Sim, do verbo "estabacar di cum força"! Fui caindo à prestação... meio que nem essas vídeo-cassetadas de modelo com salto alto se "estabacando" na passarela, já viu?
Se não viu, veja:
https://www.youtube.com/watch?v=TP7zXLhx5rI
Pois é...(estou comparando o tombo, não a modelo ok?)
E o pouco "glamour" foi pro espaço!
Bem, resolvi manter o pouco da dignidade que me restava, levantei-me sem alvoroço, olhei cada parte do meu corpo, nada rasgado, nada machucado, limpei calmamente minha calça e resolvi olhar ao redor... e aí é que veio a mágoa com a humanidade! Ninguém! Eu disse NINGUÉM parou, ninguém perguntou nada, ninguém ajudou, ninguém nem mesmo me xingou por ter atrapalhado o caminho!!! Dei uns passos em direção à loja da frente onde havia 3 atendentes, duas mulheres e um homem, e parei pra tirar um álcool-gel da bolsa (sim, eu tenho um álcool-gel na bolsa!) e limpar minha mão que esfolou um pouco. Eles, ali ao meu lado, nem olharam pra mim!
Ajeitei as coisas na bolsa, me empertiguei com a minha pipoquinha na mão (sim, consegui salvá-la! yes! 😉) e com os pés já estrangulados no sapatinho de salto, segui firme a caminhada em direção ao ponto de ônibus uns 20 metros à frente. Do ponto de ônibuis, vi o atendente da loja fazendo gestos, rindo e apontando em direção ao lugar em que caí!!! Ele estava rindo!!! 
E foi aí que a mágoa se instalou pra valer!
Entrei no ônibus que me levou, em pé, até em casa e estou aqui esperando a mágoa passar!

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Um comentário:

  1. Muito, muito bom mesmo filha Lembrando o que seu tio Dé sempre fala : Marô deveria escrever um livro pq ela é uma escritora nata. Vai lá , em frente.

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